Pular para o conteúdo principal

Motivação para estudar: a principal dificuldade a ser enfrentada

Hoje trazemos a história do mineiro Charles Alberto do Carmo, 43 anos.

“Charles Alberto do Carmo, 43 anos, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, mas atualmente vive em Curitiba, Paraná. O motivo da mudança? Depois de algumas tentativas, ele conseguiu a tão sonhada vaga na carreira pública. Decidiu deixar para trás o passado na iniciativa privada e partiu rumo ao sul do país com a família – a mulher e o filho de 14 anos. O mineiro começou a vida acadêmica tardiamente, aos 30 anos, e se formou aos 35 em Estudos Sociais, com licenciatura plena em História. Com a graduação, veio a dificuldade de entrar no mercado de trabalho como professor, com um salário razoável para sustentar a família, e então começou a buscar outras soluções.

“Eu já vinha trabalhando na iniciativa privada há mais de dez anos. E na iniciativa privada, às vezes, você faz um planejamento, uma dívida e, de repente, você perde o trabalho por qualquer motivo, e tem todos os seus planos interrompidos. Isso estava me deixando abalado, eu queria estabilidade. Decidi fazer concursos públicos, porque o funcionário público nunca vai ficar rico, mas também nunca ficará pobre, todo mês ele pode contar com aquele salário certo.”
Charles então decidiu investir nos concursos para nível superior em 2009. Sua primeira tentativa foi a seleção para agente penitenciário do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). “Comprei uma apostila de mais de mil páginas e comecei a estudar sozinho. A nota de corte da prova foi 88 e eu tirei 82. A partir desse momento, eu fiquei motivado, porque pude notar que se eu estudasse mais, daria para passar. Logo em seguida, fiz o concurso para agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pontuei bem, mas por ser da área de Humanas, a minha parte de Exatas era bem fraca, e eu acabei ficando desclassificado por um ponto em Física.”Nesta época, Charles foi demitido de seu trabalho, e a partir daí, começaram as suas dificuldades, mas a esposa, o único membro da família que estava trabalhando, decidiu investir no sonho do marido e arcou com todas as despesas, para que ele continuasse estudando para concursos públicos, tais como viagens para fazer provas, taxas de inscrição e apostilas.
“A minha esposa me deu todo o suporte e eu fiz valer a pena essa ajuda. Como eu não comentava com ninguém que estava estudando, os meus parentes falavam de mim por trás, achavam que eu não queria mais trabalhar, que queria viver à custa da minha mulher. Hoje a situação se inverteu, a minha esposa não trabalha e sou eu quem estou sustentando a casa.“
De acordo com Charles, sua principal dificuldade foi ter motivação para estudar, pois, afinal, enquanto os amigos estavam na balada, frequentando festas nos fins de semana, viajando, ele estava se privando.
“O concurseiro tem que ter prazer naquilo que quase ninguém tem, no estudo. Você tem que estar supermotivado. A minha rotina era a seguinte: eu acordava, corria os meus 15km matinais e depois passava o resto do dia estudando em casa, com a ajuda de apostilas e de vídeo-aulas. Eu fiz apenas um curso de quatro meses para a PRF e também um curso de Português, porque vi que fiquei reprovado no Depen porque tinha ido mal na parte de análise sintática da prova de Língua Portuguesa, e isso me ajudou muito.“
Em 2010, ele decidiu tentar o concurso para investigador da Polícia Civil do Paraná. Foi uma dura jornada, pois ele teve que viajar mil km de ida e mil km de volta (distância entre Juiz de Fora e Curitiba), diversas vezes pedindo carona, para cumprir as várias etapas da seleção. E, então, o resultado positivo veio: ele passou em um das primeiras colocações. Charles resolveu se mudar para encarar o novo desafio, uma decisão que afetou toda a família. Ele se mudou primeiro, e após um ano e meio, a família foi ao seu encontro.
“A minha experiência na Polícia Civil tem sido ótima, porque eu sempre me interessei pela área de Segurança Pública, pois acho que tenho o perfil. A minha meta para o próximo ano é ingressar na faculdade de Direito, porque é um curso imprescindível para quem trabalha com segurança, mesmo que eu não vá fazer prova para delegado. O policial tem que ter o conhecimento do seu papel, ele tem que trabalhar na legalidade. O policial bem informado é mais preparado para o serviço e, principalmente, para se precaver de possíveis armadilhas que podem prejudicar a sua carreira.”

Para aqueles que estão na mesma situação difícil que ele enfrentou há três anos, Charles deixa uma mensagem. “Existe um fila enorme de pessoas interessadas em passar em um concurso público, uns serão chamados primeiro, outros precisarão esperar. Mas o que vai definir o tempo da sua chamada é o seu esforço. É preciso focar no seu objetivo e estudar, estudar e estudar, porque uma hora vai chegar a sua hora”, conclui. “


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INSS - Prazo aberto!

Quem pretende ingressar no quadro de pessoal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem até o dia 22 de fevereiro para se inscrever no site do Cebraspe (antigo Cespe/UnB), organizador, e concorrer a uma das 950 vagas oferecidas. Além da estabilidade empregatícia e da chance de receber uma remuneração bem atrativa, os interessados devem considerar a possibilidade de contratações adicionais serem realizadas pelo INSS. Das vagas disponibilizadas, 800 são destinadas ao cargo de técnico de seguro social, que exige apenas o nível médio (antigo 2º grau) e tem remuneração de R$5.344,87, composta pelo vencimento básico de R$639,18, gratificação de atividade executiva (GAE) de R$1.022,69, gratificação de desempenho de atividades do seguro social de R$3.225 (GDASS) e auxílio-alimentação de R$458. Os servidores do INSS recebem assistência à saúde de R$117,78 (passará a R$145, em agosto) e auxílio-creche de R$321. A autarquia oferece também 150 oportunidades de analista do seguro socia

Especial: Cotas serão votadas dia 13. Saiba o que pode mudar nos concursos

Senadora Ana Rita (PT-ES), relatora do projeto de Lei Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA Online, a senadora Ana Rita (PT-ES), falou sobre o projeto de cotas para o serviço público federal, do qual é relatora. A proposta, que reserva 20% das vagas em concursos públicos federais para afrodescendentes, foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na última quarta, dia 7. E seguirá para votação em plenário na próxima terça, dia 13. O texto estabelece que poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, segundo quesitos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De autoria do Poder Executivo, o projeto prevê a aplicação da reserva de vagas nos órgãos da administração pública federal, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. Haverá cota racial sempre que o número de vagas ofe

Lei Orçamentária: área federal terá 67.747 novas contratações em 2014

Foi aprovado dia 18/12/2013 no Congresso Nacional, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2014. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. O anexo V do PLOA permite que os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e também o Ministério Público da União e o Conselho Nacional do Ministério Público façam 67.747 novas contratações – 1.069 a mais do que o previsto no projeto inicial, que havia sido entregue em setembro pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Essas novas contratações serão feitas através de novos concursos e convocações de concursos anteriores. Das contratações que poderão ser realizadas, 6.001 vagas estão previstas para a substituição de terceirizados. No Executivo, foi aprovada a criação de 43.405 vagas e provimento de 59.571. O Legislativo poderá criar até 234 vagas, com provimento de 931. Já no Judiciário, 1.741 vagas poderão ser criadas e 6.033 preenchidas, enquanto que no Ministério Público da União (MPU), esses número